MATÉRIA COLUNA SATI SAÚDE MARÇO/12
Por Dra.
Carmelita Soares
É a perda involuntária
de urina. Para muitas pessoas, incontinência urinária é uma fonte de constrangimento e dificuldade social que é
escondida e deixada sem tratamento.
Mais comum entre
pessoas idosas, afetando um terço daqueles com mais de 50 ou 60 anos de idade e
normalmente ela afeta mais mulheres do que homens. Atribui-se essa prevalência
ao fato de a mulher apresentar, além da uretra, duas falhas naturais no
assoalho pélvico: o hiato vaginal e o hiato retal. Isso faz com que as
estruturas musculares que dão sustentação aos órgãos pélvicos e produzem a
contração da uretra para evitar a perda urinária e o músculo que forma um
pequeno anel em volta uretra sejam mais frágeis nas mulheres.
Porém é importante
saber que do contrário da crença popular, a incontinência
urinária não é uma conseqüência normal da idade, embora os músculos do trato
urinário possam perder algum tônus quando nós envelhecemos.
Para compreender a incontinência
urinária, seria útil compreender o processo da micção; é controlada por nervos
e músculos do sistema urinário, sob o comando do sistema nervoso autônomo.
O trato urinário inclui
os rins (os quais filtram o sangue e
excretam os produtos finais do metabolismo
do corpo como urina), os ureteres
(tubos que conduzem a urina dos rins à bexiga), a bexiga (o saco que serve como reservatório de urina), a próstata
em homens (a glândula envolvida na produção
de sêmen) e a uretra (tubo que
conecta a bexiga ao exterior do corpo).
Quando você não esta
urinando, os músculos dos esfíncteres externo e interno da uretra mantém o tubo
uretral fechado. Pequenas quantidades de urina são continuamente esvaziadas na
bexiga pelos ureteres a cada 10 a 15 segundos. Logo, a urina acumula na bexiga
e quando a bexiga está cheia, o cérebro envia sinais para os músculos da bexiga
contrair e aqueles da uretra relaxar, permitindo, então, ocorrer a micção.
A incontinência
ocorre quando o estoque e o esvaziamento da urina da bexiga não funcionam de
uma maneira coordenada. Esta falta de coordenação entre os processos de estoque
e esvaziamento é devido a um mau funcionamento dos nervos e músculos da bexiga
ou uretra. Em mulheres, a incontinência pode também ser
causado por uma perda de suporte da bexiga e uretra.
Outras
causas deste comprometimento são nas seguintes situações:
* Comprometimento
da musculatura dos esfíncteres ou do assoalho pélvico;
*
Gravidez e parto;
* Tumores
malignos e benignos;
* Doenças
que comprimem a bexiga;
*
Obesidade;
* Tosse
crônica dos fumantes;
* Quadros
pulmonares obstrutivos que geram pressão abdominal;
* Bexigas
hiperativas que contraem independentemente da vontade do portador;
* Procedimentos cirúrgicos ou
irradiação que lesem os nervos do esfíncter masculino.
Tipos
A incontinência
urinária é classificada em diferentes tipos de acordo com o problema de base
causando a condição. Na incontinência transitória, uma causa reversível pode ser determinada.
Mais da metade das
pessoas idosas com incontinência tem uma causa
reversível. Estas causas podem incluir: infecção urinária, constipação intestinal
importante, uso de certas medicações, doença aguda, mobilidade restrita,
desordens psicológicas, inflamações da bexiga, retenção urinária e desordens
hormonais.
Quando uma causa
reversível não pode ser determinada, ela é classificada como incontinência
persistente. É importante notar que
na maioria dos pacientes, a incontinência
persistente pode ser melhorada com o tratamento apropriado.
Os tipos de incontinência
persistentes são: incontinência
de estresse (no qual pequenas quantidades de urina
são perdidas quando você tosse, espirra, ou faz qualquer atividade repentina
que aumenta a pressão dentro do abdômen.
O tipo mais comum de incontinência
na mulher, urge-incontinência (refere a inabilidade
em atrasar a micção quando você sente que a bexiga esta cheia), incontinência
por transbordamento (na qual a bexiga enche em excesso
e pequenas quantidades de urina vazam sem qualquer aviso) e incontinência
mista
- quando há uma combinação dos tipos acima.
Avaliação
O urologista (médico do
trato urinário) ao avaliar um paciente queixando de incontinência, deve
determinar se existem quaisquer fatores reversíveis contribuindo para a
incontinência, como infecções, o uso de certas medicações ou outras doenças.
O primeiro passo na
avaliação é fazer uma história e um exame físico completos. Para a história
médica, é importante o detalhamento a respeito dos sintomas que o paciente está
sentindo, assim como sobre sua saúde, estilo de vida, história familiar,
qualquer problema médico que você possa ter tido e quais medicações você esta
tomando. Durante o exame físico, o médico avalia quaisquer problemas
abdominais, vaginal (mulher), prostático (homem), neurológico ou retal.
Os exames de
laboratório usuais são os de sangue e urina para checar sinais de infecção
ou outras anormalidades. O médico também pode pedir que o paciente faça um
"diário miccional" no qual anotará todos os líquidos que você
ingerir, sua freqüência, quantidade de urina durante determinado período de
tempo e se ocorre qualquer sintoma especial. Isto ajudará o médico a determinar
a causa da incontinência.
Outros métodos de
diagnostico são os exames de imagem, como ultra-sonografia e urografia
excretora (exame radiológico detalhado
do trato urinário após a injeção de contraste), que podem ser pedidos para
detectar qualquer anormalidade anatômica ou crescimentos anormais nos órgãos do
trato urinário; cistoscopia (que permite o médico
ver o interior da bexiga e uretra através de um aparelho ótico fino que é
introduzido pela uretra) e a avaliação urodinâmica
(que avalia como a bexiga estoca e esvazia a urina, como a bexiga e uretra
funcionam juntas e a velocidade e força do jato urinário).
Tratamento
Existem muitas opções
disponíveis para o tratar a incontinência urinária. O médico irá
definir qual a opção mais adequada para as necessidades individuais de cada
paciente. Neste caso, o médico recomendará uma opção apropriada ou outras
opções baseadas nos resultados dos exames realizados.
Alguns dos tratamentos
disponíveis incluem: medicações (que tratam a incontinência
melhorando a função dos nervos ou músculos da bexiga ou uretra), terapia
comportamental (algumas mudanças no comportamento e/ou estilo de vida visando à
continência), retreinamento vesical (urinar com horário marcado), fisioterapia
(exercícios e fortalecimento e proprioceptivos para musculatura pélvica e
perineal) e procedimentos cirúrgicos (são usualmente recomendados em casos mais
graves de incontinência, são usados para reparar lesões, anormalidades ou mau
funcionamento dos músculos ou tecidos do trato urinário).
Se os tratamentos
anteriores falham, há alternativas para assegurar o bem estar e conforto do
paciente. Entre estas alternativas, estão o uso de absorventes (fraldas
descartáveis), inserção de um pequeno tubo (cateter) para mecanicamente drenar
a urina da bexiga, e uso de equipamentos externos para coletar urina.
Orientação
Não aceite a incontinência
como um modo de vida, e nem aprenda a conviver com ela. As pesquisas médicas
têm melhorado e muito a habilidade do médico em diagnosticar e tratar de forma
apropriada, sendo estimado que mais da metade de todos os pacientes são curados
e a outra percentagem tem uma importante melhora e maior conforto.
Considere os fatores que levam á
incontinência urinária do idoso – uso de diuréticos, ingestão hídrica,
situações de demência e delírio, problemas de locomoção – e tente contorná-los.
Às vezes, a perda de urina nessa faixa de idade é mais um problema social do
que físico;
Evitar a obesidade e o sedentarismo, controlar o ganho de peso durante a
gestação, praticar exercícios fisioterápicos para fortalecer o assoalho
pélvico, são medidas que podem ser úteis na prevenção da incontinência
urinária.
O passo mais importante
é admitir que há um problema, procurando auxílio médico.
Núcleo Terapêutico de Reabilitação
Integral tel: (21) 3547-6908 /
9695-9741
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